INCAvoluntário

Foco no Setembro Amarelo

INCAvoluntário Foca em Saúde Mental e Autocuidado de Pacientes Oncológicos e Acompanhantes

Com a chegada do Setembro Amarelo, a campanha de prevenção ao suicídio ganha destaque, mas o INCAvoluntário amplia essa reflexão, incentivando o autocuidado e a saúde mental, especialmente para pacientes oncológicos e seus familiares. A equipe do INCAvoluntário, em parceria com a equipe médica do hospital, desenvolve projetos terapêuticos que ajudam os participantes a lidar com os desafios emocionais trazidos pelo câncer. O objetivo é promover momentos de autorreflexão, acolhimento e atenção ao bem-estar, tanto dos pacientes quanto dos acompanhantes, criando um ambiente de suporte mútuo durante esse processo tão delicado.

A saúde mental, frequentemente abalada pelo impacto do diagnóstico e do tratamento do câncer, não afeta apenas os pacientes, mas também seus familiares. Por isso, o INCAvoluntário oferece iniciativas que estimulam o autocuidado, valorizando o equilíbrio emocional de todos os envolvidos. Entre os projetos oferecidos, estão a arteterapia, a meditação com o programa ZENcancer e rodas de conversa para acompanhantes.

Arteterapia: Expressão e Alívio Através da Arte

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O projeto de arteterapia, conduzido por Rosiara Cavalcanti, voluntária na unidade hospitalar III do INCA, unidade especializada no tratamento do câncer de mama, foi mais do que uma simples atividade recreativa, foi uma jornada de autodescoberta e cura emocional. Durante três meses, o grupo com dez pacientes se reuniu semanalmente para participar de dinâmicas artísticas que iam muito além da expressão criativa. Através de diversas formas de arte — como pintura, escrita e colagem —, as participantes foram incentivadas a explorar sentimentos, memórias e hobbies que, muitas vezes, haviam sido esquecidos ou reprimidos devido ao impacto emocional do câncer.

Esse processo de criação possibilitou que as pacientes explorassem camadas profundas de suas emoções, muitas vezes difíceis de expressar por meio de palavras. A arte se tornou um canal poderoso para transmitir sentimentos internos, permitindo que cada uma delas externalizasse o que antes parecia inatingível.

Mariclei, uma das participantes, compartilhou o relato sobre sua experiência com a arteterapia. Durante as atividades, ela criou um diário repleto de poemas e desenhos, que orgulhosamente apresentou à turma. Ao expressar sua gratidão, destacou a importância da voluntária Rosiara no processo de descoberta pessoal: “Você abriu para mim uma porta que eu achava que não tinha condição. Porque tudo isso que está no meu coração, estava na minha cabeça e vinha para as minhas mãos, mas eu não sabia desenvolver, e aqui eu aprendi“, compartilhou Mariclei. Em um momento de reflexão, a paciente revelou o impacto que o INCAvoluntário e a equipe do INCA tiveram em sua vida: “Fiz uma nova família, que é o grupo, que é o INCAvoluntário e os funcionários do INCA”, finalizou.

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A arteterapia ofereceu às pacientes uma forma de transformar a dor e o medo em algo significativo. Ao criar, elas se permitiram um momento de pausa e reflexão, saindo do papel de paciente para assumir o de autora de suas próprias narrativas. Cada sessão ajudava a acessar emoções não ditas, a confrontar angústias e, ao mesmo tempo, a redescobrir fontes de alegria e inspiração.

Ao final do ciclo de três meses, cada paciente apresentou seu projeto final. Esses trabalhos variaram de poemas intimistas a criações maiores, como linhas do tempo que retratavam suas jornadas de vida, livros artesanais e colagens, que simbolizavam suas experiências durante o tratamento. Esse momento de partilha, além de dar visibilidade às conquistas individuais, reforçou a importância do apoio mútuo.

A troca de vivências e a criação coletiva criaram um ambiente de empatia e acolhimento, onde as participantes expressaram suas dores e também se sentiram compreendidas e apoiadas. Essa conexão entre as pacientes foi muito importante para fortalecer os laços de amizade e a confiança, oferecendo a cada uma delas uma rede de apoio emocional fundamental durante o tratamento oncológico.

ZENcancer: Práticas de Relaxamento para Pacientes, Acompanhantes e Profissionais de Saúde

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O Instituto ZENcancer é uma associação civil sem fins lucrativos, que tem como propósito promover bem-estar a todas as pessoas tocadas pelo câncer. As aulas, que ocorrem regularmente em todas as unidades hospitalares do INCA, promovem conforto, tranquilidade e incentivam o autocuidado, um aspecto essencial para quem enfrenta a ansiedade e o estresse gerados pelo tratamento. Estudos mostram que a prática de meditação pode auxiliar no alívio da ansiedade e no fortalecimento do bem-estar mental de pacientes oncológicos.

De acordo com a publicação do INCA, “Respirar e Sentir” , a meditação é uma poderosa ferramenta de apoio emocional, proporcionando uma pausa necessária diante da sobrecarga emocional imposta pela doença.

Rodas de Conversa: Cuidar de Quem Cuida

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Na unidade especializada em cuidados paliativos do INCA, a voluntária Amanda Tinoco conduz rodas de conversa, criando um espaço acolhedor e de grande valor para familiares e acompanhantes dos pacientes em tratamento oncológico. Com o tema “Cuidar de Quem Cuida”, esses encontros vão além de uma simples troca de experiências: são um momento de respiro, onde aqueles que muitas vezes colocam suas próprias necessidades em segundo plano podem encontrar apoio emocional e compreender a importância de cuidar de si mesmos.

O papel do acompanhante em um tratamento de câncer é extremamente desafiador. Eles são os pilares de apoio para os pacientes, muitas vezes ignorando suas próprias angústias e exaustão para oferecer o suporte necessário. Nas rodas de conversa, esses cuidadores encontram um ambiente seguro para desabafar, expressar suas preocupações e compartilhar as dificuldades enfrentadas, sem medo de julgamento. Além disso, as rodas incentivam a troca de estratégias e conselhos práticos para lidar com o estresse e a sobrecarga emocional.

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Amanda Tinoco, com sua experiência e sensibilidade, conduz os encontros de forma a garantir que todos se sintam ouvidos e acolhidos. “Em um ambiente seguro e acolhedor, familiares e cuidadores encontram a oportunidade de olharem para si próprios e compartilharem suas angústias, ao mesmo tempo em que são orientados sobre a importância do autocuidado. As reuniões são sempre emocionantes e nota-se que, ao final, todos saem revigorados e dispostos a reassumirem seus postos nos leitos. Todos os encontros são finalizados com uma frase especial e inspiradora que diz: ‘Quando vc cuida da doença, você pode ganhar ou perder; Mas quando você cuida da pessoa, você SEMPRE ganha’. Essa afirmação funciona como uma injeção de ânimo em todos nós!”, afirma a voluntária. O impacto positivo dos encontros se reflete na qualidade de vida dos acompanhantes, que saem mais fortalecidos para continuar sua missão de cuidado, compreendendo que seu bem-estar é tão importante quanto o do paciente.

Além de proporcionar apoio emocional, as rodas de conversa oferecem uma rede de solidariedade, onde os participantes constroem vínculos e entendem que não precisam enfrentar essa jornada sozinhos. As trocas de experiências criam um senso de comunidade e pertencimento, fundamentais para aliviar o isolamento que muitas vezes acompanha o papel de cuidador.

A Importância da Saúde Mental Durante o Tratamento Oncológico

O câncer não afeta apenas o corpo, ele deixa cicatrizes profundas na mente e no emocional de quem o enfrenta. O impacto psicológico de um diagnóstico de câncer, aliado à intensidade dos tratamentos, como quimioterapia e radioterapia, pode desencadear uma série de transtornos, incluindo ansiedade, depressão e estresse. Esse sofrimento não é restrito aos pacientes: familiares e cuidadores, que muitas vezes vivenciam a doença ao lado dos entes queridos, também enfrentam sobrecarga emocional e desgaste psicológico.

A saúde mental se torna, assim, um aspecto central no processo de enfrentamento da doença. O cuidado com o corpo precisa estar acompanhado de uma atenção especial à mente, pois o estado emocional do paciente influencia diretamente a adesão ao tratamento, a resposta terapêutica e até mesmo a recuperação. A falta de suporte psicológico pode comprometer a qualidade de vida e agravar o sofrimento em uma fase já tão delicada.

É por isso que projetos como a arteterapia, o ZENcancer (meditação) e as rodas de conversa desenvolvidas pelo INCAvoluntário são fundamentais. Eles criam espaços de acolhimento e expressão, proporcionando alívio emocional e promovendo momentos de autorreflexão. A arteterapia, por exemplo, vai além da criação artística: ela permite que os pacientes ressignifiquem suas emoções e encontrem formas de lidar com o medo, a dor e a incerteza. A meditação, por sua vez, contribui para a redução da ansiedade e do estresse, além de ajudar no desenvolvimento da resiliência emocional necessária para enfrentar a doença. As rodas de conversa, direcionadas a familiares, oferecem um local seguro para que eles possam compartilhar suas experiências e receber apoio, lembrando-os da importância de cuidar de si mesmos enquanto cuidam de outros.

Essas iniciativas são mais do que um complemento ao tratamento: elas fazem parte de uma abordagem holística e humanizada, que entende que o cuidado com o câncer vai além dos procedimentos médicos. Elas promovem o equilíbrio emocional, oferecendo ferramentas para que pacientes e familiares possam atravessar essa jornada de forma mais leve e com maior apoio.

A saúde mental, portanto, deve ser uma prioridade no tratamento do câncer. Ignorar esse aspecto é negligenciar uma parte fundamental do cuidado. Fortalecer a mente é tão importante quanto tratar o corpo, e projetos como os do INCAvoluntário são essenciais para garantir que esse suporte seja oferecido.

Contribua para que o INCAvoluntário continue transformando a vida de pacientes oncológicos e seus familiares. Doe agora e faça a diferença: Como doar.

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