Tocando vidas através do voluntariado – conheça o legado de amor e comprometimento de Jô
Em homenagem aos 20 anos do INCAvoluntário, está sendo lançada uma série de matérias especiais, com depoimentos de diferentes voluntários que desenvolvem as atividades do INCAvoluntário no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dando continuidade a série, a voluntária Josélia dos Reis compartilhou a sua história de superação e conexão com o INCAvoluntário, desde antes de se tornar parte do programa.
Amorosamente apelidada de “Jô” por colegas e parceiros voluntários, ela já acumula sete anos dedicados ao trabalho voluntário. Sua jornada iniciou quando ela conheceu o INCAvoluntário durante o tratamento de seu filho, Marcos, diagnosticado com câncer aos 22 anos. A relação calorosa que Marcos estabeleceu com os voluntários do hospital durante o seu tratamento inspirou ele a nutrir interesse pelo voluntariado e, acima de tudo, a nutrir gratidão. ”Ele gostava muito das voluntárias e falava para mim ‘Mãe, quando eu melhorar, nós vamos ser voluntários no INCA também’ ”, relembra Jô.
Josélia também compartilhou que, durante a estadia de Marcos para a sua primeira cirurgia, voluntários e profissionais de saúde, o visitavam mesmo nos dias de folga. Essa demonstração de cuidado e apoio desempenhou um papel fundamental para Jô, ajudando-a encontrar consolo após enfrentar a perda de seu filho.
“Foi somente sete anos após a partida dele que encontrei coragem para me inscrever como voluntária. Antes, eu nem conseguia passar pela porta do INCA. Mas, finalmente, encontrei a força para me inscrever, por ele e por mim”, compartilhou Jô.
Seu percurso como voluntária começou na Central de Recebimento de Doações e, mais recentemente, ela passou a atuar no INCA II, onde interage diretamente com pacientes e acompanhantes, realizando rondas nas enfermarias. Mesmo que com profunda emoção, Jô compartilha suas vivências de forma positiva. Sua força interior, nutrida por suas experiências passadas, se transformou em apoio e esperança para aqueles que enfrentam desafios semelhantes aos que ela superou.
E essa jornada de “cura” emocional, sem dúvida, contou com anos de acompanhamento psicológico. Jô destaca o papel do INCAvoluntário nesse processo, como permitiu que ela ultrapassasse suas limitações e encontrasse um novo propósito. “O INCAvoluntário desempenhou um papel transformador em minha vida. Antes, eu nem sequer conseguia pronunciar a palavra câncer. Agora, compartilho com mães e pacientes que a jornada deles não precisa ser igual à do meu filho. Estamos aqui, como voluntários do INCA, para estender a mão. Desejo oferecer a mesma esperança e força que recebi na época de meu filho”, expressa a voluntária com sinceridade.
O impacto do voluntariado de Jô transcende os limites hospitalares. Em sua cidade, Magé, ela estende sua ajuda a pacientes que enfrentam o tratamento no INCA, oferecendo orientações e o apoio necessário para encarar o desafio do tratamento oncológico. Por sete anos consecutivos, todas as sextas-feiras, Josélia reserva quatro horas preciosas de seu dia para se dedicar ao trabalho voluntário no INCA. É um compromisso inabalável. ”Algumas vezes até pensei em sair, mas quando vejo o quanto eu melhorei e o quanto faço bem para outras pessoas quando estou aqui, tiro essa ideia da cabeça”, Josélia disse isso rindo, porque todas as vezes que contou para seus filhos mais novos que pensava em sair, eles a questionavam e falavam que o ser voluntária já tinha virado parte da mãe.
Envolvida por um clima de descontração, Josélia ressalta com seriedade que acredita firmemente que, se não tivesse abraçado o voluntariado no INCA, não teria conseguido sequer pronunciar a palavra “câncer”. Compartilhar sua trajetória, ela confessou, a fortalece a cada dia, a capacitando cada vez mais a prestar auxílio aos pacientes de maneira cada vez mais robusta. ”O voluntário tem que trabalhar com amor e ter comprometimento, acho que a pessoa tem que ter consciência que tem gente que realmente precisa da gente, e do que a gente faz. E tudo que a gente faz com amor fica perfeito”, esse foi o recado final da Josélia para todas as pessoas que tem interesse em ser voluntário do INCAvoluntário.
A história de Josélia nos lembra que o poder de uma única pessoa pode desencadear um impacto transformador, iluminando a vida de outros com um toque de compaixão e dedicação.
Saiba mais sobre o trabalho voluntário
O trabalho voluntário no Instituto começou por causa da solidariedade e dedicação de inúmeras pessoas. A Área de Ações Voluntárias do INCA surgiu, e continuou crescendo, ao longo dos últimos 20 anos. O comprometimento que os voluntários do INCAvoluntário tem para o seu trabalho, é o que move as ações que são feitas dentro e fora do hospital, e o que possibilita que a Área continue ajudando cada vez mais os pacientes oncológicos em tratamento no Instituto. Quando alguém se propõe a ser voluntário, além de estar acreditando na causa, que é lutar pela melhoria de vida e trajetória do tratamento do paciente em vulnerabilidade social, também está tornando possível que o programa se expanda e alcance cada vez mais pacientes do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Quer ser um voluntário com a gente?
O trabalho voluntário existe dentro do INCA mesmo antes de ter um nome formalizado, por meados dos anos de 1950 já haviam pessoas que iam até o hospital de forma espontânea para auxiliar nas atividades em prol dos pacientes. Há vinte anos, o INCAvoluntário formaliza essas ações, expandindo cada vez mais as áreas que os voluntários atuam. Para entender melhor quais são essas áreas e como ser voluntário do INCA, é só acessar aqui.